Com o aumento da popularidade da maconha, aumentam também os riscos nas instalações de cultivo

13 de novembro de 2023

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As instalações de cultivo de cannabis são comumente chamadas de "laboratórios" que abrigam viveiros ou operações hidropônicas para o cultivo de plantas de cannabis. Essas instalações operam em praticamente todos os estados - desde grandes áreas urbanas até pequenas comunidades rurais - e variam em tamanho, desde algumas plantas em um porão de um cômodo até um depósito com mais de 10.000 plantas. 

É provável que as operações de cultivo - lícitas e ilícitas - continuem a se espalhar à medida que as vendas globais de cannabis tendem a aumentar ano a ano. De acordo com a BDSA, uma empresa de pesquisa sediada em Denver e especializada no mercado de canabinoides, as vendas globais de cannabis atingiram mais de US$ 35 bilhões em 2022, um aumento de 22% em relação ao ano anterior. Até 2026, a previsão é de que as vendas globais ultrapassem US$ 61 bilhões. 

À medida que as operações de cultivo se tornam mais onipresentes, é fundamental entender os riscos abrangentes que a produção de cannabis representa para os operadores e o público. 

Equipamentos para instalações de cultivo 

O cultivo de cannabis em ambientes fechados requer iluminação artificial, ar condicionado e desumidificação - que imitam elementos do ar livre e permitem o controle dos parâmetros ambientais - além de água, eletricidade e outros serviços públicos. Outros equipamentos necessários incluem estações de estantes, mesas de corte, luzes e sistemas de cultivo, ventiladores, equipamentos de secagem, controles de temperatura/umidade, estantes verticais, necessidades de embalagem e sistemas de armazenamento de alta densidade. 

Métodos de extração

A extração é a conversão de moléculas-alvo da cannabis em uma forma utilizável. Ela remove o óleo da planta e coleta seus potentes compostos: o tetrahidrocanabinol (THC), o principal composto psicoativo que produz a sensação de euforia, o canabidiol (CBD), que não pode causar euforia por si só, e os terpenos, compostos que formam aromas distintos e são essenciais para a criação de óleos para vaporização, loções, alimentos etc. 

A extração de hidrocarbonetos, ou extração de óleo de haxixe com butano (BHO), é um dos métodos mais populares e eficazes à base de solventes, com custos operacionais relativamente baixos. Também está repleto de riscos devido ao uso do butano, um hidrocarboneto altamente inflamável encontrado no petróleo bruto, no gás natural e no carvão, usado pelos extratores por sua pureza e baixo ponto de ebulição. O processo de extração de BHO envolve primeiro a destilação fracionada, que separa os componentes do petróleo bruto e comprime o butano em um líquido inodoro e altamente inflamável. O butano líquido é então usado para lavar o material da planta de cannabis, dissolvendo os canabinóides e os terpenos. Isso resulta em um óleo viscoso com infusão de cannabis. Embora eficaz, a extração de BHO pode ser extremamente perigosa se não for feita corretamente, pois o butano é propenso a explosões.

O butano é extraído por meio da extração em circuito fechado (realizada em instalações profissionais), que elimina a possibilidade de vazamentos de gás ao conter todos os solventes inflamáveis dentro do equipamento de extração de nível comercial, ou pela extração em circuito aberto, muito mais perigosa. Durante as extrações em circuito aberto, o material bruto de cannabis e o butano são colocados dentro de um tubo de metal/vidro para separar os canabinoides do material vegetal. O butano é então liberado na atmosfera. Uma única faísca ou chama pode facilmente causar uma explosão mortal. A maioria das operações ilegais recorre a esse último método.

Exemplos de perdas

Diane Spinner, especialista veterana em serviços de incêndio da EFI Global, investigou várias explosões de óleo de mel e butano, todas em prédios de apartamentos. Em um caso, a vizinha do lado não sabia da atividade, mas se viu envolvida em uma explosão. 

Robert Rullan, investigador sênior de incêndios da EFI Global, respondeu a um incidente separado envolvendo uma residência unifamiliar. No local, ele observou material folhoso escorrendo pela entrada da garagem enquanto a garagem era molhada com água. Um bombeiro foi levado ao hospital após sofrer um choque elétrico. Mais tarde, a investigação de Rullan revelou que o inquilino havia ligado incorretamente o painel elétrico e contornado o medidor para roubar eletricidade.

Em outra ocorrência, os investigadores descobriram uma operação depois que um incêndio se espalhou por um prédio industrial. Foram encontradas grandes quantidades de butano e cabos de extensão espalhados por toda parte. Se o butano tivesse permanecido em chamas por mais alguns minutos, teria ocorrido uma grande explosão, danificando as propriedades vizinhas. 

Considerações sobre perdas e riscos comuns

Muitos cultivadores excessivamente indulgentes substituem os disjuntores domésticos que disparam repetidamente por outros de classificação mais alta. Porém, se muitos dispositivos elétricos estiverem conectados a um circuito e o consumo de corrente exceder a classificação do disjuntor, ele deverá disparar para sua segurança. Os problemas com a fiação elétrica também são problemáticos, como emendar muitos condutores elétricos ou torcer e prender as conexões com fita adesiva em vez de usar porcas de fio. 

A iluminação de descarga de alta potência e alta intensidade (HID) usada em operações de cultivo de cannabis representa um perigo quando materiais combustíveis encontram a lâmpada de vidro quente, resultando na quebra do vidro e no espalhamento de detritos quentes. A iluminação fluorescente pode ser perigosa se for incorretamente conectada, barata, defeituosa ou se contiver reatores ou fontes de alimentação propensos a falhas.

Muitas instalações não seguem os requisitos do código elétrico nacional (NEC). Alguns operadores até mesmo evitam pagar as contas contornando o medidor de eletricidade. Além de ser ilegal, essa prática expõe o operador a choques letais e a possíveis riscos de incêndio. 

Métodos de instalação impróprios, limpeza inadequada, uso de equipamentos não certificados pelo Underwriters Laboratories (UL) e falta de manutenção adequada aumentam os riscos de conexões ruins e eventuais incêndios, mesmo em instalações legalmente administradas. As perdas podem ser evitadas com a realização de uma avaliação de riscos com especialistas técnicos que possam identificar os perigos e oferecer opções de mitigação de riscos.

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