5 princípios básicos da gestão de riscos

21 de março de 2022

Partilhar no LinkedIn Partilhar no Facebook Partilhar no X

Por .

A gestão de riscos não é apenas uma especialidade profissional; é um instinto humano básico.

Todos os dias, todos nós avaliamos naturalmente e procuramos minimizar o perigo para nós e para os outros numa grande variedade de situações: atravessar a rua, comprar uma casa, abrir um e-mail de uma fonte desconhecida. Embora os profissionais do risco estejam bem familiarizados com os princípios fundamentais da gestão do risco - identificação do risco, análise do risco, controlo do risco, financiamento do risco e gestão de sinistros - não são certamente os únicos a confiar neles no seu pensamento e tomada de decisões diárias.

Para os profissionais que praticam processos formais de gestão do risco baseados nestes princípios testados e comprovados, uma revisão periódica pode ser tanto reforçadora como refrescante. Também é importante que os leigos aprendam sobre os princípios da gestão de riscos, para que possam compreender melhor por que razão eles e as suas organizações fazem as escolhas que fazem. Utilizar um exemplo do quotidiano é uma excelente forma de educar as pessoas sobre os princípios da gestão do risco, para que possam aplicar estas directrizes a questões e situações operacionais do mundo real.

#1: Identificação dos riscos

Este primeiro princípio é exatamente o que parece: Que riscos se apresentam a mim, à minha organização, aos meus clientes, etc., no cenário que tenho à minha frente?

Por exemplo, pense em andar ou conduzir um automóvel. Poderá identificar o risco de ter um acidente devido a uma manutenção deficiente do carro, à falta de gasolina no depósito, ao excesso de velocidade ou à condução sob influência. Outro risco identificado pode ser a possibilidade de danificar bens - quer o próprio automóvel quer os bens de outrem. Existe também um risco de perda financeira se não existir um seguro de responsabilidade civil adequado ou se o condutor for multado por excesso de velocidade, etc.

#2: Análise de risco

Esta fase envolve a recolha de dados e a consideração do significado dos pontos de dados ao longo de um determinado período de tempo. Uma análise dos riscos identificados leva-nos a perguntar: Com que frequência pode este acontecimento adverso ocorrer (frequência)? E, se acontecer, qual é a pior forma de o acontecer (gravidade)?

No nosso cenário automóvel, o pior que pode acontecer é a perda da vida. Uma análise adicional pode determinar que o risco de sofrer um acidente de viação é baixo, porque o condutor nunca anda na autoestrada ou só conduz com bom tempo durante o dia, em estradas com limites de velocidade de 30 milhas por hora ou menos, num carro bem conservado, etc. A parte de análise do processo de gestão do risco deve levá-lo a passar por vários cenários hipotéticos e ajudá-lo a chegar à frequência e gravidade potenciais de um evento.

#3: Controlo dos riscos

O controlo dos riscos oferece oportunidades para a implementação de soluções que permitam evitar, prevenir e reduzir os riscos. A técnica de prevenção de riscos no nosso exemplo do automóvel seria não possuir um automóvel nem andar de automóvel. Na realidade, ainda existe uma quantidade mínima de risco, uma vez que se pode ser atropelado por um carro enquanto peão ou ficar ferido enquanto se utiliza o transporte coletivo, mas em certos cenários, o risco pode ser completamente evitado.

A prevenção de riscos tem por objetivo reduzir a frequência ou a probabilidade de ocorrência de um evento ou de uma perda. Isto pode significar evitar avarias no automóvel, cumprindo os calendários de manutenção e inspeção, mantendo o ar nos pneus e a gasolina no depósito e cumprindo todas as leis de condução.

A redução dos riscos tem por objetivo diminuir a gravidade de um prejuízo específico já ocorrido. Por exemplo, pode significar assegurar que os danos materiais causados ao veículo de outra pessoa são reparados rapidamente, de modo a limitar o tempo em que esta fica sem carro.

Um controlo de risco eficaz tem em conta as várias estratégias já em vigor e pode introduzir novas medidas com base nos resultados da análise.

#4: Financiamento do risco

Este quarto princípio centra-se na economia do risco. O financiamento do risco é uma forma de cobrir quaisquer perdas financeiras que as técnicas de controlo do risco implementadas não tenham evitado. No nosso exemplo, mesmo com toda a manutenção adequada do automóvel, uma condução segura, etc., pode ocorrer um acidente. Com um seguro automóvel adequado, são gerados fundos pela companhia de seguros para pagar a perda - neste caso, os danos no automóvel.

#5: Gestão de sinistros

Enquanto o financiamento do risco tem a ver com a gestão do impacto financeiro, os sinistros têm a ver com a gestão dos danos causados. Quando ocorre uma perda, pode ser apresentado um pedido de indemnização para recuperar os danos. No exemplo do automóvel, pode ser apresentado um pedido de indemnização à companhia de seguros do condutor em falta para recuperar os danos ocorridos. Se o condutor em falta não tiver seguro, pode ser necessária uma ação diferente para responsabilizar pessoalmente o condutor pelos danos.

Dar vida aos princípios da gestão do risco

Ao educar outras pessoas sobre a gestão de riscos, usar um exemplo acessível - como o do carro descrito acima - pode ajudar a dar sentido ao que, de outra forma, pode parecer um mistério. Aproxime a educação de casa, utilizando um exemplo aplicável do mundo real e percorrendo as cinco etapas.

Eis outro cenário: imagine que é um gestor de riscos a assumir um novo cargo, onde é responsável pelo programa de indemnização dos trabalhadores da organização. Com base na sua familiaridade com os cinco princípios básicos da gestão de riscos, o seu plano de ação pode ser mais ou menos assim:

  1. Identificação dos riscos: Considere os tipos de trabalho que os empregados desempenham e onde trabalham para identificar os maiores riscos. Os empregados levantam coisas, operam maquinaria pesada, utilizam objectos afiados para prestar cuidados aos doentes, cortam árvores, voam em aviões ou estão sentados em secretárias? A que perigos podem estar expostos no seu ambiente de trabalho quotidiano?
  2. Análise de risco: Recolha todos os dados históricos relevantes e recentes sobre a indemnização dos trabalhadores disponíveis no corretor da organização, no administrador de sinistros de terceiros (TPA) e nos registos internos. Examine as perdas por ocupação, tipo/frequência de lesões, causa principal e muito mais; analise detalhadamente para identificar que tipos de incidentes no local de trabalho estão a ocorrer com mais frequência e as possíveis exposições.
  3. Controlo de riscos: Analise as soluções que a organização tem atualmente em vigor para evitar, prevenir e reduzir as doenças e lesões resultantes da indemnização dos trabalhadores. Isto pode incluir tudo, desde o controlo de perdas a programas de segurança. Depois, concentre-se na definição de prioridades e na implementação de soluções eficazes para colmatar as lacunas.
  4. Financiamento do risco: Determinar a estrutura financeira ideal para o programa de indemnização dos trabalhadores da organização. O auto-seguro é o mais adequado para a organização, ou seria melhor transferir parte do risco para uma companhia de seguros. Trabalhe com um corretor experiente para obter orientação profissional.
  5. Gestão de reclamações: Desenvolver um programa que garanta que os empregados lesionados no trabalho sejam compensados de forma adequada, bem como tenham acesso a cuidados de alta qualidade e económicos e ao apoio adicional de que necessitam para obter a máxima recuperação e retomar a produtividade. Considere de que forma a organização e os seus funcionários podem beneficiar de uma parceria com uma TPA na administração dos seus pedidos de indemnização dos trabalhadores.

A gestão de riscos continua a evoluir, mas estes princípios básicos continuam a ser aplicáveis como sempre. Também é importante ter em mente que o processo deve ser cíclico, e não linear. Tanto os leigos como os profissionais de gestão de riscos devem monitorizar constantemente o seu ambiente em busca de novos perigos potenciais, medir a eficácia das actuais técnicas de mitigação de riscos e, com base nas últimas descobertas, repetir o processo em cinco etapas descrito nos princípios básicos.